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Acredita-se que a passagem pelo espaço é um exercício sensível tanto de leitura quanto de escrita de um texto coletivo que está em um processo constante de escrita.

O Tour tem como base exercícios poéticos de investigação do espaço desenvolvidos desde 2009 que se ancoram em conceitos como produção social de espaço, cartografia sensível e técnicas situacionsitas como: deriva- detournement –psicogeografia.

Quando caminhamos, nos apropriamos dos elementos dispostos associando-os aos nossos arquivos pessoais e processos perceptivos, que são influenciados por nosso corpo, nossa cultura, modificando estes registros em diferentes níveis.

A apropriação é um exercício criativo. E esse exercício pode ser de imaginação, de construir mundos possíveis, considerando que o imaginário, principalmente quando compartilhado não é menos real do que dados objetivos que possam ser comprovados ou conferidos.

A cartografia sensível é uma forma de investigar o espaço. Se a cidade é uma construção humana sobre a natureza, escrita e lida em tempo real, que forças incidem no modo como este texto é escrito e vivido? Com que objetivos registramos, grafamos, riscamos? De que modos o ato de marcar, de registrar e de narrar alteram a qualidade das experiências vividas? De que modo as superfícies, fluxos em rede e símbolos que permeiam nossa experiencia pelo espaço definem nossa percepção e prática do mesmo? Existe uma mediação simbólica desses espaços ou a própria prática subverte e se apropria do universo simbólico produzido pela comunicação midiática?

Propomos um olhar no qual a percepção é também uma ação em que nosso corpo está engajado e que muitos dos gestos e articulações simbólicas que sentimos necessidade de fazer, são atos que embora estéticos, são também formas de estar no mundo e de elaborar experiências cotidianas de modo compartilhado.

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